sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Por dia cerca de oito motoristas de ônibus são multados em Curitiba

São seis horas da tarde e o trânsito para em determinadas ruas da cidade. Nos terminais e pontos de ônibus os passageiros perdem a paciência e nos veículos de transporte coletivo muitos motoristas perdem parte do salário por causa de manobras que fazem para cumprir o horário. Quando furam o sinal, fazem curvas em alta velocidade, desviam itinerário sem motivo justificável, adiantam ou atrasam horário sem motivo justificável ou deixam de parar para embarque do passageiro esses profissionais desembolsam do salário R$ 4,77 por quilômetro.

A responsabilidade de o funcionário pagar pela multa começou em 1º de janeiro de 2009, com a aprovação de um decreto que regulamenta o transporte coletivo e determina que o profissional quite a dívida. “Isso está gerando uma grande revolta entre a categoria que está adoecendo por causa das péssimas condições de trabalho. Cerca de 8% dos trabalhadores estão encostados por algum problema de saúde”, relata o presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) e vereador Denilson Pires (DEM). Muitas outras atitudes como tratar mal os passageiros, movimentar o veículo durante o embarque e desembarque ou não respeitar faixa de pedestre também são passíveis de multa.

 De janeiro a maio deste ano 1237 multas foram aplicadas em motoristas, resultado da fiscalização da Urbs ou de denúncias do número 156, sem contabilizar as infrações da legislação de trânsito que também são pagas pelos motoristas. Das cerca de oito multas aplicadas por dia, a maioria recorre ao sindicato da categoria, que recebe entre seis e sete reclamações diárias por multas que teriam sido aplicadas indevidamente. “Os motoristas mais propensos a ser prejudicados com as multas são os do ônibus ligeirinho e articulados”, acredita.

Segundo o Sindimoc, a maior parte das multas são cometidas na tentativa de cumprir o horário que precisa passar por uma readequação. “Atualmente a tabela de horários feita pela Urbs é construída com base em um trajeto feito por um automóvel, que dificilmente é cumprida por um ônibus que para para embarque e desembarque em horário de rush”, contesta.

Uma solução, segundo ele, seria a alternação dos horários de entrada e saída dos trabalhadores para que as pessoas não precisassem utilizar o ônibus no mesmo horário. “Só assim teremos um transporte de qualidade porque é quase impossível colocar mais ônibus em circulação”, defende. A URBS e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setransp) devem se reunir na próxima quarta-feira (4) para discutir as reivindicações.


Reportagem Daiane Rosa
Fotos Lineu Filho
Fonte: jornale

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