terça-feira, 31 de agosto de 2010

DESAFIO INTERMODAL CURITIBA 2010 -01/09

Qual será o meio de transporte mais eficiente, para atravessar a cidade às seis horas da tarde, horário em que milhares de curitibanos ficam presos no trânsito na volta para casa?

E no contexto da Copa de 2014, como está a mobilidade urbana em Curitiba?

Pensando nestas questões, o desafio intermodal de 2010 propõe um trajeto que contempla a chegada no estádio que receberá os jogos da copa em Curitiba.
Para responder a essa pergunta, repensar a mobilidade das pessoas na cidade de Curitiba e estimular o uso da bicicleta, o Programa Ciclovida da UFPR, o Grupo Bicicletada Curitiba e demais colaboradores, promoverão o IV Desafio Intermodal. O Desafio Intermodal é uma ferramenta para avaliar a eficiência dos vários modais de transporte disponíveis na cidade.

As regras serão simples, sendo que as leis de trânsito deverão ser respeitadas e o trajeto poderá ser escolhido pelos próprios participantes.

Data: 1° de setembro de 2010 – Concentração, 17:00 na CIETEP/FIEP – Largada, 18:00.
Ponto de partida: CIETEP/FIEP – Jardim Botânico
Ponto intermediário: Universidade Federal do Paraná, Praça Santos Andrade – Centro
Ponto de chegada: Estacionamento da Arena da Baixada – Água Verde

Regulamento

Saindo do ponto inicial no CIETEP/FIEP, todos ao mesmo tempo, cada modo de deslocamento poderá usar o caminho que for mais conveniente, desde que obrigatoriamente passe pelo Ponto Intermediário na Santos Andrade, UFPR. Nesse ponto, deverá estacionar e fazer a verificação com o controlador do local.
 Todos devem respeitar as leis de trânsito e as regras de segurança do meio de transporte que usarem. O Desafio Intermodal não é uma corrida, é uma medição, tudo deve ser feito na velocidade comum de seu cotidiano.
O participante que estiver de carro, moto e bicicleta deve sair a pé do ponto de encontro e buscar seu veículo em estacionamento assim como deve estacioná-lo para chegar ao local da chegada caminhando. Ao chegar ao ponto final, o participante deverá se encaminhar até a tenda do Ciclovida, localizada no Bicicletário Sicupira, no estacionamento da Arena da Baixada, para que a equipe registre o tempo dele.
Para facilitar a comunicação entre os participantes, todos receberão uma lista com os telefones de cada um dos envolvidos.

Percurso
Os participantes sairão da CIETEP/FIEP, na Avenida Comendador Franco, passarão pela Praça Santos Andrade, na UFPR, e finalmente chegarão ao Estádio Joaquim Américo (Arena da Baixada), pela Rua Coronel Dulcídio, onde se localiza o Bicicletário Sicupira no estacionamento do estádio. Haverá tendas do desafio nos três pontos, e os desafiantes deverão registrar sua assinatura em casa uma delas.

MOVIMENTO PASSE LIVRE DECRETA A MORTE DO SISTEMA DE TRANSPORTE COLETIVO DE CURITIBA

   "Após o ato público na Praça Tiradentes (14/7/10) onde foi fixada uma cruz de três metros de altura para imortalizar as vitimas fatais do transporte coletivo (retirada a toque de caixa pela empresa Clear Channel a mando da prefeitura), o MPL vem pela segunda vez, em uma manifestação pacífica, reforçar a imortalização das vítimas do ônibus e decretar a morte do sistema de transporte coletivo de Curitiba tido como modelo para o mundo, na mesma praça.
   Sistema esse que diariamente tem causado graves acidentes em toda a cidade pela falta de manutenção dos ônibus e investimentos no setor, que tem a quinta tarifa mais alta do Brasil e péssima qualidade de serviço ofertado, que não dá garantia nenhuma nos quesitos qualidade, pontualidade e conforto.
   Já faz parte de um passado longínquo ônibus com acentos para todas as pessoas, tubos sem filas, linhas para todas as localidades a partir dos terminais de integração. Isso acabou.
   E mesmo após o processo licitatório, que ocorreu às escuras há pouco tempo, não temos a menor garantia que a qualidade do transporte coletivo venha melhorar nos próximos 25 anos, pois as empresas que ganharam o processo são exatamente as mesmas que já exploram este serviço.
   Por enxergar um futuro desumano para o usuário do ônibus é que o MPL vem através das cem cruzes colocadas em praça pública, nesse 1º de Setembro de 2010, relembrar as vítimas fatais dos ônibus, decretar a morte do sistema de transporte coletivo, denunciar que os usuários estão tomados como reféns dos empresários por mais 25 anos sem direito à impugnação e alertar a população sobre mais um aumento compulsório da tarifa que está por vir no início de 2011.

   Contamos com a presença de todas as pessoas que necessitam do transporte coletivo para movimentar suas vidas e acreditam que esse serviço deve ser público e não privado.

Transporte é nosso direito e somente será atendido se mostrarmos nossa insatisfação. Então vamos à luta!
Movimento Passe Livre.
Curitiba, 1º de Setembro de 2010."

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Filme - Povos do Xingu contra a construção de Belo Monte



Comentários:

Lembrando ainda, que um litro de gasolina é energia para mais de uma hora de chuveiro elétrico!!! ESTAMOS DESPERDIÇANDO VÁRIAS "BELO MONTES" PELAS RUAS DAS CIDADES.
De André Caon Lima

Gente bem preprada pelas ONGs...
Desonestas!
De J.C.Cascaes

Embora possa existir um pouco de manipulaçao internacional (ONGs preparadas para isso), a denuncia é de cunho veridica.
Somos contra a construçao da Usina de Belo Monte pois os danos socio-ambientais serao muito maiores que os benefícios que posssam vir a ser gerados.
A racionalizaçao do consumo energético me parece mais necessária que o aumento da produçao da mesma.
Em grandes centros urbanos, automóveis mono-ocupados consomem o que seria suficiente para cobrir a
produçao de Belo Monte. assim, bastaría "compartir el coche" para nao ter que atuar na construçao de um trauma como esse. Usando o transporte público entao...nem se fala.
De Roberto Ghidini Jr

domingo, 29 de agosto de 2010

Arte com rolo de papel higiênico – faça você mesmo

Um bom exemplo do que fazer.
Clique na imagem para ampliar

Entrevista com Enrico Peñalosa

"Enrico Peñalosa ex prefeito de Bogotá, fala sobre a vantagem de se priorizar ciclistas e pedestres nas ruas de uma cidade." (além de que essa priorização é Lei no CTB).
Seria bom excelente se nosso próximo prefeito nos ajuda-se!


Bicicletada de agosto-28/08, fotos e comentários.

Bicicletada foi mto boa, principalmente o diálogo que ocorreu depois no MON;
Fotos e o comentário do Oscar, do Bicicleteiros, aqui.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Programação do mês da Bicicleta

Já chegando setembro, e enfim a programação do Arte Bicicleta & Mobilidade  2010, várias coisas legais para todos os gostos.


Clique na imagem para ampliar
 Gravura: José Roberto da Silva.
Visite: http://artebicicletamobilidade.wordpress.com/

Dilma recebe 11 milhões em doações do maior matadouro brasileiro


Nota de LEONARDO ATTUCH, em DINHEIRO desta semana. “O MÃO ABERTA DA CAMPANHA. Embora os candidatos à Presidência ainda não estejam revelando os nomes dos seus doadores, o grupo que mais contribuiu até agora para a campanha de DILMA ROUSSEFF que já arrecadou cerca de R$ 11 milhões, foi o JBS-FRIBOI. E o apoio vai muito além da questão financeira.
O frigorífico que tem entre seus sócios o empresário José Batista Júnior, se dispõe a prestar apoio logístico em todos os locais por onde a candidata passar, oferecendo inclusive seus aviões. Para quem não se lembra, o JBS-FRIBOI é uma das novas “multinacionais brasileiras” turbinadas pelo capital do BENDEs”. Por sua vez, turbinado com o capital do Tesouro Nacional.
Fonte | Dica do colunista Cesar Corregiari

De Vista-se

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Zambulance, Bicycle Ambulance Trailer

Vídeo interessante achado no YouTube, mostra que a bicicleta salva vidas, ao contrario do que acontece em algums cidades por aqui.
Trailer fabricado na Zambia, Zambulance como é chamado:

Rock in Rio terá tapete de dança e bicicletas

Brincadeiras vão incentivar respeito ao ambiente. Plásticos serão reciclados

POR CRISTINE GERK
Rio - O Rock in Rio do ano que vem vai se transformar num grande parque de diversões verde. O público será convidado a pular em tapetes de dança e pilotar bicicletas que geram energia através do movimento. Além disso, haverá máquinas tipo caça-níquel, onde os roqueiros poderão reciclar suas garrafas plásticas.
Foto: Divulgação
Os organizadores do festival vão premiar quem topar participar das brincadeiras ligadas ao meio ambiente. Os vencedores das disputas responderão a um quiz e, se acertarem as questões, ganharão presentes, como camisetas e bonés.
As emissões de carbono do evento serão compensadas com plantio de árvores ou com apoio em projetos ambientais. Todos os resíduos produzidos no festival, como recipientes de plástico e de papel, serão direcionados para reciclagem. Lata e vidro não são permitidos no evento. “Vamos fazer uma campanha pelo uso do transporte público, já que metade das emissões do festival vem do deslocamento”, comenta Roberta Medina, vice-presidente do Rock in Rio. “Estamos estudando ainda a contratação de mão de obra de baixa renda para trabalhar no festival”.
O festival ocupará 150 mil metros quadrados em Jacarepaguá, com investimento de R$ 40 milhões da prefeitura. O espaço será adaptado para área de lazer de atletas na Olimpíada de 2016 e servirá como arena permanente para grandes shows no Rio. Acima, simulação de como ficará o local | Foto: Divulgação

Fonte: o dia online Terra

Cooperativas de reciclagem buscam tirar catadores da informalidade

"O mercado de reciclagem de lixo movimento R$ 12 bilhões por ano no Brasil. No entanto, a maior parte dos trabalhadores ainda está na informalidade. As cooperativas têm sido o principal caminho para regularizar a situação dos catadores. Cerca de dois mil profissionais de todo o país se reuniram em um evento em Belo Horizonte para discutir a Lei de Política Nacional de Resíduos Sólidos sancionada no início deste mês."
Clique aqui e veja o vídeo.

Por trás dos laboratórios – Parte 2

3. OS DEFENSORES | Esses atos desumanos que acontecem por trás dos laboratórios tem preocupado muita gente, aqueles que possuem sensibilidade, que ao se juntarem formaram grupos, os defensores dos animais. De décadas para cá, a defesa dos animais tornou-se, portanto, a defesa de muitos e está mudando a forma como as pesquisas são realizadas e a finalidade a que estão sendo destinadas. Às vezes para melhor, outras, nem tanto. Não obstante, em todos os casos, o que os cientistas consideram a melhor atitude é adotar a cautela.
Vale dizer que foi somente em 1975 que Peter Singer – filósofo australiano -, ficou realmente tocado ao saber o que realmente acontece por trás das “indústrias” e se perguntou: “O que nos dá o direito de usar animais? Por que podemos sobrepor a nossa vontade à deles?”. Singer concluiu que, a premissa de que podemos usar outros animais simplesmente porque eles não são seres humanos, não tem sustentação lógica ou mesmo biológica. Em seu livro “Libertação Animal”, ele critica o preconceito ligado à espécie, o que ele denomina de “especismo”. O autor afirma que as regras morais deveriam ter por objetivo minimizar o sofrimento. Nessa esteira, muitos animais estão, portanto, em pé de igualdade com os seres humanos, por possuírem também sistemas nervosos capazes de sofrer. Diante desse raciocínio, moralidade deveria negar qualquer experimento que cause dor em animais. Todavia, vale realçar que Singer nunca criticou a morte de animais, contando que ela fosse indolor.
Em 2006, Singer disse à rede britânica BBC “Está claro que pelo menos algumas pesquisas com animais tem benefícios. Eu certamente não diria que nenhuma pesquisa animal poderia ser justificada”, defendendo cautelosamente os experimentos com cobaias. Contudo, a base para os defensores dos animais é e sempre foi os argumentos de Singer relacionados os especismo, sendo sua última entrevista à BBC de pouca relevância à eles.
Nas palavras de David Cantor – diretor-executivo da ONG Responsable Policies for Animals (Políticas Responsáveis para Animais) – : “A nossa posição sobre a experimentação animal e os testes de produtos deriva de nossa posição de que toda a exploração animal deveria ser abolida, que animais não-humanos têm direitos morais que deveriam ser reconhecidos na lei e nos costumes, e que isso deveria eliminar seu status de propriedade.”
Vale ressaltar que os defensores dos animais, com ações organizadas, conduzem protestos e chegaram a se infiltrar em empresas para registrar e denunciar os maus-tratos aos animais. Isto está no documentário brasileiro “Não Matarás”, produzido pelo Instituto Nina Rosa. Nas palavras de Nina Rosa: “Nosso vídeo é dedicado às pessoas que tiveram a coragem de presenciar essas cenas durante meses, até anos, para provar ao público o que se passa dentro dos laboratórios. Elas foram captadas por técnicos que se empregaram em laboratórios com o intuito de denunciar as torturas por que passam os animais ali encarcerados. A fiscalização das condições dos animais é praticamente inexistente.” Convém ponderar que cenas fortes de torturas estão presentes no documentário, como demonstrações de coelhos sendo usados até perder a visão com o objetivo de realizar testes de cosméticos. De acordo com Nina “Gravar cenas como esta torna-se cada vez mais difícil, pois hoje os laboratórios previnem-se contra essa possibilidade, pesquisando a vida pregressa de candidatos a empregados e colocando câmeras para vigiá-los”.
Entretanto, segundo Rosa, agindo com gentilezas não minimizam os maus-tratos. Vale lembrar, que, para os defensores dos animais, a única alternativa aceitável é o fim de todos os testes. “Como se pode minimizar o sofrimento de um animal que foi roubado de seu meio e vai viver e morrer dentro de uma gaiola, sendo utilizado e reutilizado para experimentos dolorosos, em sua maioria sem anestesia (para não interferir nos resultados), sem contato com seus semelhantes, sem estímulo, sem espaço, sem ar natural, sem luz natural, sem liberdade, muitas vezes preso em equipamentos de contenção?”, critica Nina.
REFERÊCIAS BIBLIOGRAFICAS:
- Nogueira, Salvador. 2008. Dublês de Corpo. Galileu – O prazer de conhecer. Editora Globo. 38 – 47.
De Vista-se

Por trás dos laboratórios – Parte 1

1. EGOÍSMO ACIMA DA SENSIBILIDADE
Em linhas gerais, o homem busca cada vez mais novas tecnologias para melhorar o seu bem estar. Egoísta e insensível, ele destrói milhares de vidas de outras espécies procurando um maior conforto. Pode-se dizer que praticamente todas as atividades humanas causam danos à outras espécies, tanto as de fauna quanto as de flora, e que ao fazer tantos malefícios, sentimentos como culpa ou arrependimento nem se quer passa pelos homens responsáveis por tais atividades ou por aqueles que consomem produtos relacionados à essas atividades.
Dentre as diversas atividades humanas existentes que danificam milhares de vidas de outras espécies, neste texto, será ressaltado, em especial, o que acontece por trás dos laboratórios que utilizam animais para testes, tentando obter melhorias na medicina e cosméticos. Vale ressaltar que torturas e maldades à animais acontecem constantemente em diversos laboratórios para que o homem tenha uma vida melhor.

2. INSENSÍVEIS EM BUSCA DE MELHORIAS PARA A HUMINANIDADE
A princípio, dentre milhares de laboratórios espalhados pelo mundo, utilizarei como exemplo o da Universidade Duke, na Califórnia do Norte (EUA), cujas atividades de torturas à animais foram desvendadas pela revista GALILEU em 2008, onde macacos “trabalham” com o neurocientista brasileiro, Miguel Nicolelis. Tais símios trabalhadores trazem infinitas esperanças para os seres humanos que sofrem de paralisia. Vale ressaltar que tais “heróis” não podem ser fotografados de acordo com as normas da Universidade, para não despertar a fúria das ações protetoras de animais.
Ponderando o assunto, a Duke explica que os ativistas não iriam entender ao ver macacos indefesos com suas caixas cranianas abertas, porque eles não sabem que na verdade, tais macacos heróis são tratados à pão-de-ló pelos cientistas. Ou seja, para compensar a vida que tais símios levam, os cientistas dão à eles um tratamento cinco estrelas para deixá-los mais felizes. Todavia, o que realmente acontece é que tais símios são tirados de seu habitat natural, passando a viver em laboratórios, onde são utilizados como instrumentos para que o homem possa fazer todos os tipos de testes neles, para tentar achar melhorias na saúde humana, para que o homem seja cada vez mais feliz, mais saudável. Não só estes macacos, mas milhares de outros animais passam a ter, portanto, uma vida totalmente artificial, fora do normal, perturbadora, não saudável, longe felicidade que teriam se vivessem com seus semelhantes e com liberdade no seu habitat natural.
REFERÊCIAS BIBLIOGRAFICAS:
- Nogueira, Salvador. 2008. Dublês de Corpo. Galileu – O prazer de conhecer. Editora Globo. 38 – 47.
De Vista-se

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Eventos de adocao 21-22 /08 - Curitiba

21.08.2010 Feira "Eu adotei um animal de rua. E você?" - Jd. Social - Curitiba PR
22.08.2010 Evento de Adoção de Cães e Gatos - Centro Cívico - Curitiba PR
De olharanimal

Usuários da Linha Verde sofrem com congestionamento

"Conforme o previsto..."
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Concebida como a solução para o trânsito de Curitiba e para unir a cidade historicamente separada pela BR-116 (agora BR-476), a Linha Verde transformou-se num grande problema para o curitibano. Feita pela metade e sem as obras de viadutos e trincheiras no setor sul, a nova via está repleta de sinaleiros e obstáculos que dificultam o trânsito de veículos, pedestres e ciclistas. Se já há problemas em qualquer horário do dia, no rush ele literalmente para.
Para o presidente do Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR), Valter Fanini, o problema da Linha Verde começa na definição de sua função. Ele afirma que todos os modais de transporte foram colocados numa mesma via, que não teve estudo prévio para ser desenhada. O resultado é a sobrecarga viária com tráfego de ônibus, veículos e caminhões de cargas urbanas. Pedestres e ciclistas disputam espaço com o trânsito pesado, em uma mistura classificada pelo engenheiro civil como “fatal”. “Não se pode querer jogar todas as funções numa via só. Nada vai funcionar corretamente”, criticou.

No Pinheirinho, onde começa a Linha Verde, os pedestres enfrentam uma verdadeira aventura para conseguir atravessar as seis faixas de pista da avenida. Próximo ao terminal do bairro — um dos maiores e mais utilizados da cidade — os pedestres que trabalham do outro lado da avenida sofrem para conseguir fazer a travessia. É o caso da auxiliar de produção Claudineia Cordeiro. Ela trabalha no lado oposto do terminal e precisa atravessar diariamente a avenida para pegar seu ônibus para ir até o Rio Bonito.
“Perto das seis da tarde não se leva menos de 30 minutos para conseguir atravessar. É muito trânsito e os carros passam muito rápido. Para conseguirmos atravessar é só correndo”, reclama Claudineia. Ela conta que já presenciou muitos acidentes naquela região. “Já vi gente ser atropelada, foi terrível”, relembra. “O pior é quando a gente consegue atravessar uma faixa e fica no meio (no canteiro central) tentando cruzar a outra. O espaço é pequeno e são muitas pessoas tentado atravessar. Fica difícil até de se equilibrar”, avalia a auxiliar de enfermagem. Ontem, em um flagrante, em apenas cinco minutos mais de trinta pessoas ficaram ilhadas naquele ponto.
Para tentar diminuir a velocidade dos carros e caminhões, a Prefeitura instalou um semáforo na região da Pluma. Porém, a solução não trouxe resultados esperados para os pedestres. “Aquele sinaleiro não segura os carros, aquilo foi um engano”, lamenta a auxiliar de enfermagem Eurides Policarpo, que trabalha na Vila Pompéia e pega carona até próximo o terminal do Pinheirinho. Ela diz que muitas vezes não consegue fazer a travessia em trinta minutos. “Não tem como atravessar, os carros passam muito rápido e eu tenho que pedir a Deus para me proteger para eu conseguir atravessar a Linha Verde”, afirma Eurides. “Eu tento me acalmar antes de atravessar, porque eu tenho medo. Eu sei que se eu tropeçar ou cair, eu morro atropelada”, conta.

A voz das duas pedestres faz uníssono para a urgência de uma solução. “Se tivesse uma passarela aqui seria mais fácil”, avalia Claudineia. “Com uma passarela eu não teria tanto medo de atravessar”, acrescenta Eurides. A Prefeitura iniciou apenas em julho deste ano uma passarela na avenida, na região do terminal do Pinheirinho. Entretanto, entre projetos de licitação e obra, a passarela deve estar pronta de fato apenas no ano que vem — se não ocorrerem atrasos assim como na implantação da avenida.
Função — O estudo prévio de demanda real e futura do tráfego é pré-requisito para toda obra viária, mas não foi realizado para a construção da Linha Verde, conforme disse Fanini, que foi coordenador do Programa de Integração de Transporte da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec). “Se eles não conhecem a demanda da região, fazem a obra sem saber para o que ela vai servir. Então, misturam todos os tipos de tráfego e aparecem os problemas. Qual a função da Linha Verde? Seria um corredor viário, para caminhões de carga urbana, veículos, ônibus, pedestres ou ciclistas?”, afirmou.

A poucos metros do terminal Pinheirinho mais um trecho com problemas. Os motoristas que transitam na marginal no sentido da Rua André Ferreira Barbosa se defrontam com uma placa de Pare. Entretanto, como a preferencial é para o trânsito da Linha Verde e as vias têm que se cruzar para o acesso à rua, há um perigo de acidente iminente no cruzamento. Uma solução para a diminuição de velocidade seria um radar para fazer com que os carros parassem, já que por uma questão de engenharia eles têm que se cruzar com o fluxo da pista principal.
A transformação pela qual passou a rodovia não excluiu um dos principais problemas de tráfego da região: os caminhões. Apesar da existência dos contornos na Região Metropolitana de Curitiba, os caminhoneiros continuam a cruzar a cidade pela Linha Verde, truncando mais ainda o trânsito.

Abandono — Na parte final da Linha Verde Sul, na região da PUC a sensação é de abandono. Obras não finalizadas se somam ao enorme fluxo de veículos. Ali, houve a construção da ponte sobre o Rio Belém para a implantação do binário entre a Avenida Senador Salgado Filho e a Rua Imaculada Conceição, mas não houve progresso no término da canaleta do transporte coletivo. Entre a PUC e o viaduto da BR-277, no Jardim Botânico, há vários trechos que as vias exclusivas não foram terminadas e não passa por ali nenhuma linha de biarticulado — nem há previsão de quando deve passar a circular.
“A esperança era de que a Linha Verde atendesse à carência de sistema viário da região, mas isso não aconteceu. Jogaram dinheiro fora”, argumenta Fanini.


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"Goste-se ou não do figura, Jaime Lerner nos idos de 70 já dizia que obras de ampliação da malha autoviária só servem para transferir o engarrafamento de um lugar para o outro..."
De bicicletadacuritiba
Fonte: bemparana

domingo, 15 de agosto de 2010

Estudantes da USP criam bicicletário eletrônico com software livre


Neste sábado, na Faculdade e Arquitetura e Urbanismo da USP, os estudantes de engenharia Maurício Villar e Maurício Matsumoto demonstraram um novo sistema de compartilhamento de bicicletas. Baseado em software livre como Linux e Ruby on Rails, a tecnologia deve ser inicialmente testada pela USP na capital paulista, que pretende disponibilizar as bicicletas para uso interno no campus, daí o nome PedalUSP.
O equipamento dispensa qualquer interação humana além do cadastro inicial. Para retirar uma bicicleta o usuário deve encostar um cartão especial e digitar uma senha no terminal semelhante a um caixa eletrônico. Feito isso, ele escolhe uma das bicicletas paradas, que é então indicada com uma luz verde e liberada para uso. Ao se estacionar em qualquer estação, o veículo é automaticamente reconhecido e a devolução registrada.
Para orientar o ciclista, um mapa na tela indica onde estão as outras estações e, como o sistema opera online, também informa quais têm poucas vagas ou estão com problemas técnicos. As duas estações demonstradas no sábado se conectavam à central usando Wi-Fi, e quem quisesse testar o sistema podia fazer o cadastro na hora desde que fosse aluno da USP, já que a configuração exigia o uso da carteira interna da instituição.
Isto porque o sistema depende da tecnologia RFID presente na carteirinha da USP. Esta tecnologia é amplamente usada em crachás para registro de ponto, e bastam alterações de software para que o sistema seja compatível com os bilhetes eletrônicos usados em transporte, como o Bilhete Único de São Paulo, explicou Villar.
É neste cartão que reside uma das diferenças do PedalUSP para o SAMBA, sistema similar vendido por uma empresa brasileira e já em operação em cidades como o Rio de Janeiro. No SAMBA, a bicicleta é liberada com uma ligação, e a senha é digitada pelo telefone, geralmente o celular do usuário.
No PedalUSP, o telefone não é necessário, e a senha é digitada diretamente no terminal. "Com isso, a liberação fica mais rápida e o sistema se torna mais adequado para o uso de transporte em vez de lazer", relatou Matsumoto.
Nos testes da Geek, o sistema funcionou bem. Depois de encostar o cartão, aparecem instruções claras na tela, e a retirada é rápida. Mas em uma época em que tudo é touch screen, usar um teclado para navegar no mapa da tela causa estranheza. "Touch screen é possível, mas além de caro, é muito mais suscetível ao vandalismo", disse Matsumoto. Perguntado sobre medidas contra roubo e vandalismo, os estudantes dizem que já foram feitos testes, mas que esperam o uso mais amplo dentro da USP para fazer uma avaliação adequada.
Apesar dos protótipos funcionais, o início da operação ainda não tem uma data definida. "Estamos em busca de um patrocinador que viabilize a implementação e a operação do sistema", contou Matsumoto. "Temos todo apoio da prefeitura do campus, e já há estudos para orientar onde fazer as primeiras instalações", complementou.
Fonte: softwarelivre

Parque Barigui, Oil Man e Bicicleta “usada”

Teoricamente, eu disse teoricamente, é pra existir uma pista para as pessoas caminharem e outra para aqueles sobre rodas: patins, skate, patinete e  bicicleta. Ocorre que, ninguém respeita. Nosso ilustre OilMan numa impagável sunguinha pink, muito corretamente, vai empurrando sua magrela na pista das pessoas que caminham, já a outra ao lado, também parece ser só para as pessoas que, também caminham – no lugar errado.
Quer dizer então que, devemos subtrair da contagem oficial a quilometragem  de ciclovias que estão dentro dos parques, uma vez que, elas são tomadas por transeuntes.
 2 Pistas, uma para pedestres, a outra também 

Já outra cena pitoresca em nossa cidade, e isto mostra o quanto as bicicletas são democráticas, o Gigolô das Magrelas, ele mesmo, com uma musiquinha pra lá de medonha, fazendo campanha política a base de micagem. Dança, saracoteia e usa a bike como um símbolo de sua campanha, fala que apoia o uso e tal. Mas ao mesmo tempo, se enfileira ao lado negro da força, aliando-se à tropa de choque situacionista na Câmara Municipal de Curitiba que, reiteradas vezes, vetou verbas e projetos em prol do uso das magrelas em nossa cidade. E ela está lá, resignada talvez (se tivesse vontade própria), servindo como peça de campanha de mais um, deste mar de calhordas que, se autoconsagram “representantes do povo”.
 Mais um "nobre" representante do povo, ganhando voto com bicicleta e micagem

Em alusão ao cartaz: realmente, RENOVAR É PRECISO. Renovar não a Assembleia Legislativa, não o Senado ou Câmara de Deputados Federais. É preciso RENOVAR a forma de gestão do nosso país. Mudar tudo ! Renovar alias, é pouco, é preciso revolucionar, subverter esta (des) Ordem. E não vai ser através de um voto, de 4 em 4 anos que vamos, sequer começar, alguma forma de transformação.
De Bicicleteiros

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Audácia ou Subsídios?

A política audaciosa das montadoras de veículos
A produção de veículos atingiu 315,9 mil unidades, em julho, e 1,93 milhão, nos primeiros sete meses do ano, números inferiores apenas aos de março e da fase de euforia de julho/agosto de 2008, mostrando o otimismo das montadoras com o ritmo da atividade econômica. O setor não parece temer nem os estoques elevados, de 101 mil unidades nas indústrias e de 229 mil nas revendedoras, citados pelo presidente da associação das montadoras (Anfavea), Cledorvino Belini.
O otimismo está refletido nos anúncios generalizados de investimento das empresas, como os da GM, que aplicará R$ 1,35 bilhão em São Caetano do Sul e R$ 50 milhões em Mogi das Cruzes; da Mercedes-Benz, R$ 1 bilhão em São Bernardo do Campo; da coreana Hyundai, que deverá construir uma nova fábrica no País, provavelmente em Piracicaba; da chinesa Chery, em Jacareí; da Toyota e da Honda, entre outros.
São decisões voltadas para o futuro, sem ignorar o comportamento do mercado, neste ano, quando o fim dos incentivos fiscais do governo para enfrentar a crise não enfraqueceu a demanda. Comparando os primeiros sete meses de 2009 e 2010, a produção de autoveículos cresceu 18,3% e os licenciamentos, 8,5%. Até as exportações deram sinal de recuperação, apesar do real forte, atingindo US$ 6,9 bilhões no ano (média de US$ 988 milhões/mês), 65,8% mais que as do mesmo período de 2009 (média de US$ 596 milhões/mês).
O emprego de mão de obra nas montadoras cresce ininterruptamente desde junho de 2009 e, no mês passado, havia 132,2 mil trabalhadores no setor, acima do ponto mais alto anterior, de 131,7 mil empregados, em outubro de 2008.
Confirmadas as projeções de crescimento da produção, inclusive de veículos desmontados (CKD), de 3,14 milhões, em 2009, para 3,4 milhões, em 2010, novos recordes deverão ser alcançados, simultaneamente ao avanço da produção de máquinas agrícolas, que indicam o nível de investimentos do setor primário.
Para continuar crescendo, a venda de veículos brasileiros depende de crédito a juros módicos, renda disponível crescente e emprego dos consumidores. Nem o crescimento das importações parece incomodar – a média de importação de veículos novos aumentou de 31,2 mil por mês, em 2008, para 40,7 mil, em 2009, e 48,1 mil, neste ano. Falta saber como reagirão as montadoras se o ritmo de alta do PIB for mais lento, como se espera para 2011, e se provocar acomodação na renda da classe C, que sustenta o nível de consumo atual.
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Interessante o otimismo da indústria do setor. Mas encontramos no Blog de Ecologia Urbana o artigo de Washington Novaes no Estadão, do dia 06/08/2010, destacando os aspectos negativos dos incentivos à indústria automobilística. Parece que muito da confiança retratada acima provém da quantidade de subsídios dirigidos a essa indústria, como revela o texto a seguir:
06 de agosto de 2010 | 0h 00 – Opinião – Estadão.
Os recordes que nos atormentam
Washington Novaes – O Estado de S.Paulo
É curioso. O Brasil caminha a passos velozes para uma situação insustentável nas cidades – abarrotadas de veículos presos em congestionamentos cada vez mais longos, enquanto se cultiva o wishful thinking de que é possível seguir com recordes sucessivos nas vendas de carros, estimuladas até com isenção de impostos. Adicionalmente, cultiva-se a tese de que é possível tudo resolver com mais viadutos, túneis, elevados, etc., esquecendo o que disse há mais de 20 anos o arquiteto Jayme Lerner: essas soluções não levam a nada a não ser mudar de lugar os congestionamentos de trânsito. Em julho último, por exemplo, mais 322,4 mil veículos foram emplacados no País; em sete meses, 1,88 milhão. Se forem acrescentadas motocicletas, terão sido 461,6 mil no mês, 2,92 milhões no ano. E todos vieram somar-se aos 27,8 milhões de carros que já circulavam (Estado, 3/8) e aos 8,55 milhões de motos.
Chega-se ao ponto de cidades como Goiânia já se aproximarem da taxa de quase um veículo por habitante, para uma capital desenhada no tempo em que nem sequer se fabulava com essa possibilidade – e, portanto sem prever uma estrutura viária compatível. O resultado é visível nos congestionamentos cada vez mais dramáticos. Mas, apesar disso, continua-se ali a conceder incentivos fiscais para novas indústrias automotivas, que receberam boa parte dos mais de R$ 80 bilhões em incentivos fiscais concedidos pelo Estado (sem falar nas prefeituras) em 20 anos. Ainda há poucas semanas uma indústria desse setor foi contemplada com incentivos de R$ 2,1 bilhões, para investir R$ 105 milhões, 20 vezes menos. Prometendo criar 765 postos de trabalho, ao custo de R$ 275 mil para cada um em incentivos, quando o Banco do Povo, mantido pelo governo estadual, com R$ 600 emprestados (e não doados) cria um posto de trabalho.
Mas Goiás é apenas um dos muitos Estados que assim o fazem, nessa “guerra fiscal”. Embora sua receita efetiva de ICMS seja de R$ 11,5 bilhões (2009), neste ano concedeu R$ 3,6 bilhões em incentivos, boa parte deles para outro setor relacionado com o de veículos – usinas de álcool, que até aqui receberam R$ 28,1 bilhões (para R$ 7 bilhões em investimentos próprios). O resultado final é que, com uma dívida de R$ 11,33 bilhões, o Estado perde sua capacidade de investir na própria estrutura viária, para a qual precisaria de R$ 10 bilhões (O Popular, 30/6).
Felizmente, começam a surgir iniciativas em outra direção, como a da Prefeitura de São Paulo, que proibiu caminhões de circular na Marginal do Rio Pinheiros, na Avenida dos Bandeirantes e na Jornalista Roberto Marinho, uma vez que está aberto para eles o Trecho Sul do Rodoanel, construído, ao custo de R$ 5,5 bilhões, para evitar que esse trânsito pesado, principalmente do interior do Estado para o Porto de Santos e o litoral sul, tivesse de passar por aquelas três vias. Já se registram protestos – pedágio e a distância maior encareceriam os custos – e até mesmo desrespeito. Mas, como já observou este jornal em editorial, o custo tem de caber exatamente a esses usuários específicos e não deve ser transferido para toda a sociedade. Até aqui, circulavam pela Marginal do Pinheiros 26 mil caminhões por dia; pela Bandeirantes, 9,5 mil. E a previsão é de que a lentidão no trânsito possa diminuir entre 15% e 20%.
É curioso que ainda se registrem protestos e inconformismo, quando a frota de caminhões, que representa 4% do total de veículos, gera 35% dos congestionamentos (Estado, 2/8). E quando restrições à sua circulação já existiam na década de 1940, quando São Paulo nem sonhava com o trânsito de hoje. Mas já naquela época caminhões de mudanças e de entrega de cargas não podiam circular entre as 7 e as 18 horas.
São Paulo também deverá avançar um pouco mais quando entrarem em vigor em todo o Estado, até dezembro, novos limites para a emissão de poluentes – principalmente material particulado ultrafino -, de acordo com padrões da Organização Mundial de Saúde. Estudos acadêmicos têm mostrado que morrem anualmente na cidade 4 mil pessoas em decorrência de problemas de saúde causados pelas emissões. Não é de estranhar, já que o volume de poeira fina na cidade é o dobro do registrado nos Estados Unidos, por exemplo. As novas regras introduzirão exigências adicionais em licenças ambientais, restrições a veículos (a frota na cidade é de 6,7 milhões de veículos, segundo o Detran) e controle de emissões industriais.
Mas já há um perigo rondando – pressões para que o Conselho Nacional do Meio Ambiente reveja a Resolução n.º 418/09, que estabelece limites para emissões de poluentes por veículos. O argumento é de que as regras são “muito rígidas”, pois os veículos que saem hoje das linhas de montagem teriam padrões de emissão superiores aos da frota que já circula.
A sociedade precisa estar atenta. Se é um desejo de cada família ter um veículo próprio – diante da precariedade dos transportes coletivos -, também não se pode, por esse caminho, inviabilizar a qualidade de vida e a saúde de todos. Da mesma forma, é preciso repetir: os ônus da poluição, como de qualquer problema “ambiental”, devem ser atribuídos a quem os gera, e não a toda a sociedade, que com eles sofre.
Se ainda faltassem outros motivos para restrições, podem-se lembrar os estudos do economista Nelson Choueri, já citados aqui, sobre os prejuízos econômicos dos congestionamentos de trânsito: 5 milhões de pessoas que se deslocam diariamente na cidade de São Paulo perdem em média duas horas por dia no transporte, ou seja, 10 milhões de horas diárias; multiplicadas pelo valor médio atual da hora de trabalho, em torno de R$ 10, serão R$ 100 milhões por dia, mais de R$ 30 bilhões por ano. Se um valor como esse fosse aplicado na expansão do metrô, por exemplo, em pouco tempo toda a cidade estaria servida. Não dá para converter. Mas serve para avaliar a irracionalidade.
JORNALISTA
E-MAIL: WLRNOVAES@UOL.COM.BR
[achamos discutível a parte sobre a circulação de caminhões como causa dos engarrafamentos. Por outro lado, chama a atenção a frota circulante de carros, dada como de 30 milhões, e não de 61 milhões noticiados no blog do Zé Beto]
De bicicletadacuritiba

Bicicletas de Aluguel

Vélib completou 3 anos em 15 de julho (página em inglês). Em quatro meses eles fizeram a implantação inicial do sistema parisiense de aluguel de bicicletas. Não se prenderam à alegação da necessidade de construir ciclovias e implantar ciclofaixas.
A Prefeitura de Curitiba dizia estudar o sistema de aluguel de bicicletas em dez/2007. Em 15 de julho completaram-se dois anos e meio do anúncio.
Depois disso, muitas cidades do mundo instituíram algo no gênero. Rio de Janeiro e São Paulo estão entre elas. Já são mais de cem cidades. Londres recentemente implantou o seu sistema. E ainda criou dois importantes componentes da estrutura cicloviária.
Curitiba, mesmo sendo vanguarda urbanística não conseguiu seu intento. Por que será que não consegue?
Quais foram as causas de tal fracasso?
 De bicicletadacuritiba

Eventos de adocao 14-15 /08 - Curitiba

14.08.2010 Feira "Eu adotei um animal de rua. E você?" - Jd. Social - Curitiba PR
14.08.2010 Campanha de Adoção - Santa Quitéria - Curitiba PR
14.08.2010 Cantinho da Adoção - Rebouças - Curitiba PR
14.08.2010 Feira de Doação de Cães - Bacacheri - Curitiba PR
15.08.2010 Evento de Adoção de Cães e Gatos - Centro Cívico - Curitiba PR
Fonte: olharanimal

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Vitória histórica: Justiça paulista abre precedente ao emitir parecer contra a vivissecção

Uma ação civil pública ajuizada pela Promotoria de São José dos Campos (SP), em 2004, contra o Centro de Trauma do Vale na Área de Saúde Ltda, responsável pelo curso ATLS (Advenced Trauma Life Support), que realizava experimentos de traumatologia com cães, terminou com termo de conciliação entre as partes. Isso porque a ré, representada pelo advogado Fabio K. Vilela Leite, aceitou o pedido do promotor e colunista da ANDA, Laerte Fernando Levai, firmado nos seguintes termos:

a) A requerida concorda com o pedido do representante do Ministério Público, no sentido de “abster-se o responsável pelo curso ATLS ou qualquer outro por ele promovido, sob qualquer sigla ou nome, de utilizar cães ou quaisquer outros animais em procedimentos experimentais que lhes causem lesões físicas, dor, sofrimento ou morte, ainda que anestesiados, seja em estabelecimentos públicos ou privados de São José dos Campos, a partir desta data”.
b) Do descumprimento – na eventualidade do descumprimento pela parte ré do ora acordado, noticiado e comprovado nos autos, haverá incidência de multa diária no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) com correção monetária pelos índices oficiais.
Referida decisão foi homologada pela juíza Ana Paula Theodosio de Carvalho, da 5ª Vara Cível de São José dos Campos, que assim decidiu: “Homologo, por sentença, o presente acordo a fim de que surta seus jurídicos e legais efeitos de direito. Por conseqüência, julgo o processo com resolução de mérito, com base no artigo 269, III, do Código de Processo Civil, homologando, ademais, a desistência recursal manifestada pelas partes”.
Vale lembrar que o curso ATLS, que treina médicos para situações de emergência, usava cães como modelos vivos para procedimentos de traumatologia. Durante o processo foram ouvidos, como testemunhas da promotoria, os médicos David Uip e Odete Miranda, a professora Irvênia Prada, os biólogos Sérgio Greif e Thales Trez e a advogada Vânia Rall. No dia designado para a audiência de defesa, 10 de março de 2010, o advogado da ré concordou em fazer o acordo e, ao reconhecer o pedido do Ministério Público, possibilitou o encerramento do processo.

Trata-se da primeira decisão judicial antivivissecionista em nosso país, em decorrência de ação civil pública movida contra entidade da área médica. O processo tramitou perante a 5ª Vara Cível de São José dos Campos, sob o n. 577.04.252938-9.

Fonte: ANDA
Por dia cerca de oito motoristas de ônibus são multados em Curitiba

São seis horas da tarde e o trânsito para em determinadas ruas da cidade. Nos terminais e pontos de ônibus os passageiros perdem a paciência e nos veículos de transporte coletivo muitos motoristas perdem parte do salário por causa de manobras que fazem para cumprir o horário. Quando furam o sinal, fazem curvas em alta velocidade, desviam itinerário sem motivo justificável, adiantam ou atrasam horário sem motivo justificável ou deixam de parar para embarque do passageiro esses profissionais desembolsam do salário R$ 4,77 por quilômetro.

A responsabilidade de o funcionário pagar pela multa começou em 1º de janeiro de 2009, com a aprovação de um decreto que regulamenta o transporte coletivo e determina que o profissional quite a dívida. “Isso está gerando uma grande revolta entre a categoria que está adoecendo por causa das péssimas condições de trabalho. Cerca de 8% dos trabalhadores estão encostados por algum problema de saúde”, relata o presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) e vereador Denilson Pires (DEM). Muitas outras atitudes como tratar mal os passageiros, movimentar o veículo durante o embarque e desembarque ou não respeitar faixa de pedestre também são passíveis de multa.

 De janeiro a maio deste ano 1237 multas foram aplicadas em motoristas, resultado da fiscalização da Urbs ou de denúncias do número 156, sem contabilizar as infrações da legislação de trânsito que também são pagas pelos motoristas. Das cerca de oito multas aplicadas por dia, a maioria recorre ao sindicato da categoria, que recebe entre seis e sete reclamações diárias por multas que teriam sido aplicadas indevidamente. “Os motoristas mais propensos a ser prejudicados com as multas são os do ônibus ligeirinho e articulados”, acredita.

Segundo o Sindimoc, a maior parte das multas são cometidas na tentativa de cumprir o horário que precisa passar por uma readequação. “Atualmente a tabela de horários feita pela Urbs é construída com base em um trajeto feito por um automóvel, que dificilmente é cumprida por um ônibus que para para embarque e desembarque em horário de rush”, contesta.

Uma solução, segundo ele, seria a alternação dos horários de entrada e saída dos trabalhadores para que as pessoas não precisassem utilizar o ônibus no mesmo horário. “Só assim teremos um transporte de qualidade porque é quase impossível colocar mais ônibus em circulação”, defende. A URBS e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setransp) devem se reunir na próxima quarta-feira (4) para discutir as reivindicações.


Reportagem Daiane Rosa
Fotos Lineu Filho
Fonte: jornale

Ciclistas e ciclovias

Há poucos dias, participando de uma defesa de mestrado, ouvi de meu colega de banca uma informação intrigante sobre Curitiba. A cidade, uma das referências internacionais em termos de transporte público coletivo, está registrando altos índices de acidentes com ciclistas circulando nos corredores reservados aos ônibus. A explicação, conforme o relato, está em grande parte no fato de que as ciclovias da cidade são essencialmente de lazer, não contemplando as rotas de quem usa a bicicleta para as viagens a trabalho e estudo, por exemplo. Isso nos leva a perguntar: afinal, para quem se constroem ciclovias?

As ruas são os espaços das cidades destinados à circulação de pessoas, a pé ou embarcadas em veículos, e assumem características diferentes, conforme o modo usado para os deslocamentos. Na verdade, a rua, que comumente associamos ao espaço de circulação dos carros, só ficou assim muito recentemente. Há relatos da existência de ruas como lugares de encontros de pessoas para as mais diversas atividades desde o início da história da humanidade. Os automóveis, entretanto, com apenas um século de vida, apossaram-se delas de tal forma que não as chamamos mais de ruas se elas tiverem um uso diferente.

Por sua vez, é possível que as ciclovias tenham nascido dessa ideia de apropriação das ruas. Em tese apresentada à Universidade de Kassel em 1990, Burkhard Horn mostrou como a construção de ciclovias na Alemanha do período nazista estava associada ao programa de motorização em massa, que requeria a priorização do tráfego de automóveis nas vias. O estímulo à aquisição e ao uso de automóveis teria levado o regime a investir numa medida que tirava as bicicletas das ruas. Em outras palavras, a implantação de espaços exclusivos para a circulação de ciclistas significava também uma medida de caráter excludente, no que diz respeito ao uso dos espaços públicos.

Tenham ou não essa origem, as ciclovias não podem ser vistas como panaceia. Elas têm uma vocação e funcionam bem quando essa vocação é respeitada. Ciclovias são recomendadas essencialmente quando volumes e velocidades de bicicletas e veículos motorizados tornam o compartilhamento do espaço perigoso para os ciclistas. Ou seja, as ciclovias segregam espaços de circulação em benefício da segurança. Para velocidades e volumes moderados, o melhor é que bicicletas, automóveis e outros veículos convivam pacífica e harmonicamente. Ciclo­­fai­­xas são boas para compartilhar protegendo.

Por falar na circulação em espaços segregados, também é isso que ocorre quando são construídos corredores exclusivos de ônibus, como esses que os curitibanos bem conhecem. A diferença entre ciclovias e corredores de ônibus está no motivo da segregação: as primeiras existem para dar segurança, os últimos para dar prioridade. É para não submeter os passageiros de ônibus às retenções provocadas pelo excesso de automóveis que se implantam os corredores. É para não expor ciclistas aos riscos do tráfego motorizado que se implantam ciclovias.

Claro, as cidades devem ter lugar para esporte e lazer, portanto ciclovias de esporte e lazer devem ter lugar nas cidades. Mas, com elas, nossa cultura automobilística pode nos levar a reclamar da presença dos ciclistas nas ruas, como se o espaço deles fosse restrito a ciclovias, mesmo que não os levem de casa até a escola ou o trabalho.

Em suma, para ser democrático, o trânsito tem de ser inclusivo. Espaços exclusivos de circulação devem obedecer a critérios de segurança e prioridade para as pessoas, não para os veículos. E, acima de tudo, um trânsito é civilizado quando é educado e assegura uma boa convivência entre todos os cidadãos. Um exemplo disso são as bus lanes de Londres, criadas para a circulação de ônibus e bicicletas: funcionam muito bem e os motoristas e passageiros não se impacientam com a velocidade dos ciclistas. Vamos experimentar?

Paulo Cesar Marques da Silva, engenheiro mecânico, mestre em engenharia de transportes pela Coppe/UFRJ e doutor em estudos de transportes pela Universidade de Londres. É professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental e do Programa de Pós-Graduação em Transportes da Universidade de Brasília (UnB)
De gazetadopovo

Estudo: Pessoas negam capacidade de sofrer dos animais para continuar comendo carne

Paradoxo da carne | Um novo estudo acaba de fornecer evidências diretas de que as pessoas que desejam fugir do “paradoxo da carne” – ao mesmo tempo gostar de comer carne e não gostar de ferir os animais – fazem isto negando que os animais que elas comem tinham a capacidade de sofrer. Ao envolver-se na negação, os participantes do estudo relataram uma quantidade reduzida de animais com os quais eles se sentem obrigados a demonstrar uma preocupação moral – a escala variava de cães e chimpanzés até caracóis e peixes.
O estudo foi coordenado pelo Dr. Steve Loughnan, da Universidade de Kent, no Reino Unido, juntamente com colegas da Austrália.
Negar origem da carne
Antes desse estudo, os pesquisadores consideravam que as únicas soluções para o paradoxo da carne era simplesmente parar de comer carne – uma decisão tomada por muitos vegetarianos – ou não reconhecer que animais são mortos para produzir carne.
Embora poucas pessoas tenham realmente tal ignorância, alguns comedores de carne podem viver em um estado de negação tácita, incapazes de associar um bife com uma vaca, bacon com um porco, ou mesmo frango frito com um frango vivo.
O Dr Loughnan explica: “Algumas pessoas optam por deixar de comer carne quando descobrem que os animais sofrem para que se produza a carne. A esmagadora maioria das pessoas, contudo, não para de comer carne. Nossa pesquisa mostrou que uma forma que as pessoas usam para continuar comendo carne é relaxando sua preocupação moral com os animais ao se sentar à mesa de jantar.”
Abrindo mão da moral
O Dr Loughnan também explicou que, em termos gerais, o estudo mostrou que, quando há um conflito entre a maneira preferida de pensar e a maneira preferida de agir, são os pensamentos e padrões morais que as pessoas abandonam primeiro – em vez de mudar seu comportamento.
“Em vez de mudar suas crenças sobre os direitos morais dos animais, as pessoas têm a opção de mudar seu comportamento,” disse ele. “Entretanto, nós suspeitamos que a maioria das pessoas não está disposta a negar a si mesmas o prazer de comer carne, e negar os direitos morais dos animais lhes permite manter-se comendo a carne com a consciência limpa,” diz o cientista.

Fonte: diariodasaude

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Crianças, ruas e radares e autonomia

"Em Curitiba, com a polêmica criada em torno da instalação de radares, chegamos a uma situação que pode agradar gente irresponsável ou incauta, mas que talvez tenha resultado numa solução no mínimo estranha.

Por exemplo, a velocidade máxima na cidade, em trechos onde isso for possível e explicitamente permitido, é de 60 km/hora, ou seja, em qualquer rua ou avenida que o cidadão trafegasse dirigindo algum veículo acima desse limite deveria ser punido. Aqui, implicitamente diz-se o contrário, ou seja, em muitos lugares da cidade o radar avisa que naquele trecho, devidamente marcado na pista por pequenas lombadas amarelas e placas com destaque (e caras), os carros serão multados se ultrapassarem o limite de 60 km/h. Qual é a mensagem implícita? De que fora daqueles lugares pode-se andar em velocidades maiores...

Por aqui a lombada eletrônica, assim era conhecida a princípio, servia para determinar velocidades menores de modo a permitir ao pedestre poder atravessar a rua. E agora, serve para quê?

Felizmente aos poucos a PMC vai ampliando a vigilância com radares, a única realmente eficaz, pois está lá sempre, mas o dano causado pelo equívoco possível com a sinalização é quase irreversível.

Pior que a falsa liberação de velocidade é a má qualidade das calçadas e o desprezo pela vida dos transeuntes. Vale a pena tratar da situação das crianças a partir de alguns exemplos de países mais desenvolvidos culturalmente.

Em qualquer lugar que possa ter crianças, idosos e pessoas com deficiência(s) deve-se ter cuidados maiores ao dirigir. Vamos a um exemplo extraído de http://www.priorite-vos-enfants.fr/  de estudos sobre o comportamento e risco das crianças:

Para as crianças de 6 a 9 anos, o risco “passageiro de carro” ainda é importante (perto de 40% das vítimas da circulação viária), mas é o risco “pedestre” que se torna predominante com 47% das vítimas da circulação viária nessa faixa de idade (na França). E, contrariamente ao que se poderia crer, os acidentes são freqüentes em presença de uma adulto (mais de um caso em cada quatro)! Números que fazem pensar. Por quê sua criança é vulnerável? Em que idade pode-se deixar ir sozinha à escola? Entre 6 a 9 anos as portas da autonomia se encontram. 4210 crianças de menos de 10 anos foram vítimas (França) de um acidente de rua ao longo do ano de 2005: 75 foram mortas e 4135 feridas. As crianças entre 6 e 9 anos representam quase a metade dessas vítimas (22 mortas e 2051 machucadas, das quais 735 hospitalizadas ). 44% desses acidentes tiveram lugar entre a escola e o domicílio, particularmente quando do retorno à casa após o meio dia. 29% dos acidentes aconteceram quando a criança se entregou a um lazer. 24% quando caminhava com seus pais. 35% dos acidentes aconteceram sobre uma passagem para pedestres quando a criança atravessava! Entre esses acidentes 65% se produziram na proximidade do domicílio. E 25% desses casos antes dos 8 anos, mesmo diante d domicílio! Enfim, contrariamente ao que se poderia acreditar, o acompanhamento de um adulto não é necessariamente um ganho de segurança: 27% (sempre lembrando, França) dos acidentes com crianças se produziram em presença de um adulto, onde 10% atravessando uma rua para encontrar ... outro adulto.

Por quê sua criança é vulnerável?

Até os 7 anos uma criança encontra dificuldade para avaliar as distâncias. Ela tem dificuldade de distinguir entre um carro parado e um se deslocando em baixa velocidade. Mesmo se o campo visual dela seja idêntico ao seu, ela não é capaz de perceber o que se passa nas laterais. Portanto é importante lembrar que uma criança de 6 a 9 anos não se concentra em mais do que uma coisa por vez. Sua criança tem reais dificuldades para identificar corretamente a origem dos ruídos mesmo se ela escuta tão bem quanto você. Em 40% dos casos ela se engana entre um ruído proveniente na frente ou atrás. E, em 60% dos casos, se o ruído vem do lado. Conseqüência: o olhar segue a audição de forma errada. Seu comportamento é dominado por suas emoções.


Caminhando sobre a calçada, atravessando uma rua, a criança não pensa em outra coisa que não seja em seu divertimento ou inquietude. Não percebe o carro que vê chegar. Se tiver pequeno tamanho, se perde a visão dos motoristas. É óbvio para todos nós. Mas para a criança é uma noção muito difícil de ser entendida. Em que idade se pode deixá-la ir sozinha e a pé para a escola? Não antes dos 7-8 anos sob certas condições: as crianças mais novas não dispõem ainda de capacidades suficientes para garantir sozinhas a sua segurança.


Diz meu amigo e CL PDG Tosihiro Ida:

No Brasil são vitimadas anualmente cerca de 150.000 pessoas, entre feridos e mortos em acidentes de trânsito. Lá no Japão os alunos do primeiro grau caminham em grupo sob a liderança de uma das mães que se revezam diariamente.

Há certas travessias de ruas onde existem depósitos de bandeirinhas amarelas em cada lado de rua. Os pedestres, principalmente as crianças, pegam essas bandeirinhas e atravessam a rua, chamando a atenção dos motoristas e após a travessia colocam na caixa de depósito. Interessante de tudo isso que as bandeirinhas não desaparecem!

Para evitar acidentes acho que vale à pena utilizar de todos os meios imagináveis, visando a salvar preciosas vidas, não somente de crianças, mas de todos os pedestres.

Ou seja, para não cansar o leitor, principalmente se tiver alguma criança que lhe preocupe, cuide, pense, proteja-as, pois além da incompetência da imensa maioria dos administradores urbanos, nós sabemos muito pouco de suas fragilidades."

J. C. Cascaes
5.8.2010
Cidade do Pedestre

terça-feira, 3 de agosto de 2010

A arte de largar a bisteca

De Dagomir Marquezi
"Uma da manhã na capital gastronômica do Hemisfério Sul. Estou torto de fome. Pego o carro e vou ao tradicional Ponto Chic, um porto seguro na madrugada de São Paulo. Olho a lista de pratos do dia: "Filé... filé... feijoada... espeto... peito de frango... escalope... peixe à marechal... picadinho... bife grelhado. Frango assado. Peixe grelhado".
- Garçon, por favor... Eu estou morrendo de fome, mas não como carne.
- Não come carne? A gente tem vários pratos com frango. Frango à passarinho, filé de frango à cubana...
- Eu não como nenhum tipo de carne. Nem frango.
- Então, eu posso oferecer pro senhor nosso filé de salmão, a gente tem também a minibacalhoada, ou também nosso atum ao forno...
- Peixe é carne.
O pobre está tentando manter o diálogo com o ser exótico à sua frente. Talvez ele não tenha noção, mas vegetarianos também necessitam de alimentos de tempos em tempos. Imploro:
- O senhor não tem nenhum prato que não tenha carne?
Ele pensa, pensa, pensa mais um pouco. E acha a solução:
- Já sei! A gente tem a omelete mista. Vai queijo, presunto, bacon...
É preciso MUITA determinação para ser vegetariano no Brasil. Estou na pátria das churrascarias, que você encontra em cada quarteirão de qualquer cidade, por mais miserável que seja, com nomes de fundo meio sádico, como "Ao Boi Berrando" ou "Novilho no Espeto". Não estamos representados em centros econômicos mundiais por empresas de alta tecnologia, mas por restaurantes com nomes tipo "Rodeio" ou "Porcão". Não temos revelado ao mundo muitos cientistas, mas marcamos presença com homens de avental, com um espeto numa mão e uma faca sangrenta na outra. O Brasil não exporta softwares, mas é a grande potência mundial da carne de frango. Nesse clima, como escapar da carne? Não quero aqui convencer ninguém a parar de ser carnívoro. Minha briga é para ter o direito de não comer carne. Faço parte de um grupo que cresce cada vez mais, um mercado que ganha espaço nos supermercados, que discretamente inaugura cada vez mais restaurantes. Sei que vou continuar sendo visto como um cara esquisito porque renunciei a um tipo de alimentação. Se sinto falta? Claro que sinto! Não sou cínico de dizer que sinto repulsa ao ver um sanduíche de lingüiça calabresa bem passada na porta do estádio. Por que renunciar à carne como alimentação? Vegetarianos têm a pele esverdeada? É verdade que são tão fracos que mal conseguem abrir a jarra de ban-chá? Vegetarianos conseguem ter ereção? Gostam de sexo? Se acham uma mulher nua no mato, é verdade que comem o mato? Para dar algumas respostas a essas e outras perguntas, preparei para a VIP este pequeno FAQ (Frequently Asked Questions, ou Perguntas Freqüentemente Respondidas) sobre os mistérios do vegetarianismo.


1. POR QUE NÃO COMER CARNE?
Cada um tem sua razão. Eu não como carne porque sei o que isso representa de sofrimento para os animais sacrificados. Tenho a consciência de que, "racional" ou não, sou tão animal quanto um frango ou uma sardinha. Não gostaria que eles fizessem comigo o que os humanos fazem com eles.

2 CARNE NÃO É FUNDAMENTAL PARA A SAÚDE?
Seu médico pode dizer isso. "Pesquisas científicas" também. Existem pesquisas aos montes, aliás provando que carne é o melhor gatilho para doenças cardiovasculares e a porta de entrada para muitos tipos de câncer. Acredite na pesquisa que quiser, mas renda-se aos fatos: milhões e milhões de pessoas pelo mundo não comem carne e vivem em perfeita saúde. (Eu cortei qualquer carne do meu cardápio há um ano e nove meses, e os resultados dos check-ups estão cada vez melhores.) Desde que você use o bom senso e o equilíbrio, a carne não é nem nunca foi obrigatória na dieta de ninguém. Se o seu médico afirma isso, procure uma segunda opinião.

3 VEGETARIANOS SÃO ESVERDEADOS E FALAM MOLE?
Há 50 anos, velhos hippies achavam que podiam sobreviver com doses maciças de alface e arroz integral. Ficaram esverdeados e falando mole. Faltavam a eles proteínas. E proteínas não são monopólio da carne. Você encontra proteínas em soja, leguminosas, frutas, arroz integral, grão-de-bico...

4 VEGETARIANOS TREPAM?
Dizer que carne vermelha aumenta a virilidade do homem é um dos golpes mais baixos da indústria frigorífica. Fala sério. (De novo, a experiência pessoal: a modéstia me impede de descrever como anda minha saúde sexual aos 53 anos de idade.) A verdade é que sobram pesquisas encomendadas para provar os supostos benefícios da carne. Mas parece não existir muito interesse em perguntar às mulheres de vegetarianos se elas andam satisfeitas com seus parceiros.

5 OS ANIMAIS SOFREM TANTO ASSIM?
Sofrem muito mais do que você pode imaginar. A lógica da indústria frigorífica transforma animais vivos e conscientes em simples mercadoria, tratados como se não sentissem dor. Isso, na indústria. Mas a maior parte do mercado de carne do Brasil é abastecido por abatedores clandestinos, de onde não se saiu ainda da Idade Média, e cavalos são pendurados vivos com as patas cortadas para sangrar.

6 MAS OS ANIMAIS NÃO ESTÃO POR AÍ PARA NOS SERVIR MESMO?
Essa é uma questão muito íntima e profunda. Cada um tem sua consciência. Mas não adianta tratar seu cachorrinho com beijos, dizer que "adora animais" e depois ir comer um baby beef ou um foie gras.
7 QUAL O PROBLEMA COM BABY BEEF E FOIE GRAS?
São dois pratos especialmente marcados pela crueldade. O baby beef (e a vitela) vem de um bezerro que é separado da mãe assim que nasce. Ele vive alguns poucos meses num caixote escuro de cimento, sem chance de se mover, e em seguida é abatido. Para produzir o foie gras, gansos são presos, e grandes quantidades de comida são forçadas pelas suas gargantas com um pilão. O foie gras é a pasta de fígados inchados e apodrecidos ainda em vida. Orientais sãos mestres em "pratos cruéis". Japoneses servem peixes ainda vivos, pulando no seu prato. Chineses torturam cães até a morte para que suas carnes fiquem "macias".
8 TÁ LEGAL. CAPTEI A MENSAGEM. EU QUERO FAZER ALGUMA COISA A RESPEITO. E SE EU NÃO CONSEGUIR CORTAR TODA A CARNE DE MINHA DIETA AMANHÃ?
Existem muitas gradações para quem quiser tomar uma atitude. Você pode começar banindo já esses "pratos cruéis". E não ampliando o consumo de espécies. (Apesar das campanhas geralmente inúteis para que você coma "carnes exóticas", como as de avestruz e jacaré.) Em seguida, você pode ir cortando: primeiro a carne de porco, depois a carne vermelha, depois o frango, em seguida o peixe. (Eu, por exemplo, ainda estou na categoria dos lacto-ovo-vegetarianos. Na hora do aperto, apelo para uma omelete de queijo na boa.)
9 E SE BATER AQUELA SAUDADE DAS VELHAS DELÍCIAS?
Aí é preciso lembrar que só uma parte dessas delícias é a carne em si. Elas incluem molhos, acompanhamentos, ingredientes que fazem o resto do show. Se você encarar uma feijoada vegetariana, vai ver que está quase tudo lá: o arroz, a couve, a farofa, o molho apimentado, o feijão preto, a caipirinha. No lugar das lingüiças e paios, está a santa soja. É a mesma coisa? Claro que não. Por um lado, é menos saboroso. Por outro lado, muito mais saudável.
10 COMER CARNE PREJUDICA SÓ OS ANIMAIS?
Não. A Amazônia está sendo destruída para que a floresta vire o pasto dos bois que vão virar seu filé. Queimamos quase um Sergipe por ano para manter uma fartura artificial de carne. Se você não se importa com isso, bom apetite.
11 EXISTE JUNK FOOD VEGETARIANA?
Sim, com a diferença que não é junky. Faz bem à saúde. Se existem dois produtos que "enganam" bem, são as salsichas e os hambúrgueres à base de soja. Um cachorro-quente com salsicha vegetal fica realmente parecido com o "normal". Depende de como você faz. Em noites de tentação junky, eu peço um sanduíche duplo de hambúrguer (de soja) com queijo, alface, cebola, tomate, maionese e ainda mando ver no ketchup e na mostarda enquanto traço umas fritas. Daí encomendo meu colegial de chocolate para depois. Que diferença real faz do que eu comia no balcão do BurDog quando era carnívoro?
12 É FÁCIL ENCONTRAR RESTAURANTES VEGETARIANOS?
De jeito nenhum! Mesmo em cidades como Rio e São Paulo, eles são raros. Para piorar, geralmente só abrem no almoço. É como se vegetarianos não jantassem. Uma lista de opções pode ser encontrada no site Sitio Vegetariano (www.vegetarianismo.com.br). Se estiver com muita fome de noite, vá a uma churrascaria! Ela costuma oferecer grandes mesas de saladas, fora os acompanhamentos.
13 EXISTEM VEGETARIANOS FAMOSOS OU SÃO TODOS ANÔNIMOS ESCONDIDOS?
No Brasil, temos alguns exemplos conhecidos: Lobão, Rita Lee, Éder Jofre, Lucélia Santos, Patrícia Travassos, Fernanda Lima. Fora daqui: Anthony Kiedis (do Chili Peppers), Chrissie Hynde, Billy Idol, Bob Dylan, Brandi, Desiree, Eddie Vedder (do Pearl Jam), Elvis Costelo, Erykah Badu, Janet Jackson, Paul McCartney, Seal, Ziggy Marley, Fiona Apple, o DJ Moby, Shania Twain, Jeff Beck, Brian May (do Queen), Pink, Justin Timberlake, Steve Vai, Kim Basinger, Penelope Cruz, William Dafoe, David Duchovny, Jorja Fox, Woody Harrelson, Natalie Imbruglia, Tobey Maguire, Natalie Portman, Reese Whiterspoon, Pamela Anderson. Você ainda é capaz de imaginar vegetarianos como um bando de anêmicos sem saúde vendo uma foto de Pamela Anderson?
14 O VEGETARIANISMO É UM FENÔMENO RECENTE?
Pitágoras era vegetariano no século 6 antes de Cristo. Sócrates também, Platão, Leonardo da Vinci, León Tolstoy, Albert Einstein. (E os carnívoros são então "mais espertos"?)
15 SER VEGETARIANO É UMA GARANTIA DE SANTIDADE?
Charles Manson era vegetariano. Adolf Hitler também. Respondido?"

Arnaldo Jabor critica a proibição das touradas na Catalunha

Recentemente, o colunista e polemicista profissional Arnaldo Jabor resolveu nadar contra a corrente e defender as touradas na Espanha, criticando a decisão ética da Catalunha de proibir esse barbarismo em sua região (ouça aqui a declaração feita pelo jornalista a favor das touradas, na rádio CBN).

Ele começa sua fala se desculpando aos membros da proteção e defesa animal, e segue em tom debochado afirmando que “ama” as touradas.

Jabor utiliza os mesmos argumentos das forças conservadoras e corruptas que vivem de subsídio da União Europeia que têm interesse em manter esse derramamento de sangue: ele afirma que gosta das touradas, pois seriam um mito nacional espanhol, e que a decisão pela proibição teria sido apenas uma estratégia tola ou uma mera conveniência política.

Jabor esqueceu de fazer seu dever de casa ao escrever a coluna. Ele disse, por exemplo, que tanto o toureiro quanto o touro correm risco de morte. Mentira. Os touros são dopados e mantidos no escuro antes de entrar na arena. Eles não têm chance contra o toureiro; o jogo é armado contra eles. Além do mais, nos raros casos quando o toureiro é ferido, os paramédicos correm para salvar sua vida.

Jabor diz, também, que tourada é arte. Uma arte baseada na violência? Já pensou se o cinema precisasse fazer uma guerra real para produzir filmes sobre guerra? Arte tem a ver com imaginação, consciência e não com exibições kitsch de falocentrismo e violência.

Outro erro de raciocínio que Jabor faz em defesa das touradas ocorre ao afirmar que quem come carne não pode ser contra esse barbarismo. Esse é um recurso típico de quem pretende calar qualquer manifestação a favor dos animais e justificar uma violência com outra. Ele ignora o fato de que muitas pessoas que são contra touradas são veganas. Quem consome carne e é contra touradas não está sendo hipócrita, apenas incoerente. Não existe paralelo entre os mecanismos de condicionamento cultural que induzem as pessoas a comer carne e a escolha que um indivíduo faz de ir a uma arena assistir ao assassinato de um animal. São duas violências distintas.

A tourada nada mais é do que uma demonstração do fascismo humano sobre os animais não humanos. Não é à toa que Franco adorava touradas e via nela um elemento-chave da identidade do seu reino de terror. A Catalunha fez a coisa certa ao excluir essa violência do seu território, historicamente muito mais de vanguarda do que o resto da Espanha. Se foi por motivos de compaixão ou por proteção de sua identidade cultural, não importa. As vitórias de direitos civis em geral foram ganhas por motivação econômica e social, e não porque a humanidade é ‘boazinha’. O importante é o efeito prático da decisão, que será uma realidade de menos animais assassinatos nas arenas da Espanha.

Mais uma vez, parabéns à Catalunha pelo exemplo dado ao resto da ‘mãe Espanha’, como Jabor diz. Uma boa mãe trata bem seus filhos, inclusive os não humanos.
De ANDA

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Pesquisa com animais não é mais necessária na era do genoma, diz associação

O uso de animais como cobaias em pesquisas não é mais necessário na chamada era do genoma, afirma a presidente da Sociedade União Internacional Protetora dos Animais (Suipa), Izabel Crsitina Nacimento. Segundo ela, é preciso que o Brasil, sobretudo, invista em métodos alternativos, como estudos in vitro e com células.
Ontem (29), o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, informou que vai dar início no próximo mês ao cadastro de todas as pesquisas que usam animais.
Em entrevista à Agência Brasil, Izabel afirmou que o uso de animais como cobaias é “paradoxal”, uma vez que os bichos são usados por se tratarem de organismos próximos ao ser humano, mas, ao mesmo tempo, são vistos como seres sem direito de escolha em relação ao sofrimento a que são submetidos durante os experimentos.
“Se eu quiser ser uma cobaia humana, tenho que assinar um compromisso, mas podem fazer estudos com o animal porque ele é inferior?”, questionou.
Izabel lembrou que a própria Lei de Crimes Ambientais prevê punição para o abusos e os maus-tratos a animais. Ela destacou ainda que a legislação brasileira só permite o udos de animais como cobaias quando não há possibilidade de outros métodos. “Mas os pesquisadores acham que são deuses”, criticou.
A Suipa considera antiquada a Lei Arouca, que traz as normas para o uso das cobaias em experimentos. Criado há pelo menos 20 anos, o texto foi sancionado apenas em 2008 e prevê que os animais podem ser usados como cobaias somente após o experimento em células. Em seguida, humanos estão liberados para participar dos testes.
“O animal tem sentimento, está mais do que comprovado. Eles sentem medo, angústia, tristeza, depressão”, afirmou. Izabel citou o exemplo do medicamento Talidomida, responsável por deformações em fetos humanos mesmo depois de ter sido testado em cães e gatos. “A experimentação científica está muito atrasada no Brasil”, completou.
De acordo com a Suipa, países europeus, além do Canadá e dos Estados Unidos, conseguiram reduzir de forma considerável o uso de animais como cobaias. Outro avanço, segundo Izabel, é que, nesses países, medicamentos e produtos feitos em laboratório informam o rótulo se foram testados em animais.
“Lá eles dão a opção de não usar aquilo, mas o brasileiro não tem noção, falta cultura, conhecimento”, concluiu.
Fonte:  correiobraziliense